Embora mais da metade da população brasileira seja negra, apenas um terço das pessoas que atuam nas redações do país se identifica como negra. Esse dado escancara uma realidade que precisa mudar: a falta de representatividade no jornalismo brasileiro.
Para que a informação seja realmente plural e conectada com a realidade de todas as pessoas, é essencial que as redações sejam espaços diversos — com vozes negras, periféricas, indígenas, LGBTQIAPN+, de diferentes territórios e vivências.
Segundo a pesquisa “Perfil do Jornalista Brasileiro” (2021), realizada pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho da UFSC (Lastro) e articulada pela Rede de Estudos sobre Trabalho e Profissão (RETIJ/SBPJor), o perfil de quem produz notícia no Brasil segue praticamente o mesmo desde 2012:
- 68,4% são pessoas brancas
- 58% são mulheres
- 53% são solteiras
- A maioria tem até 40 anos de idade
A falta de diversidade nos bastidores da notícia reflete diretamente nos conteúdos que chegam até a população. E é por isso que iniciativas como o Território da Notícia são fundamentais: atuamos junto a mídias periféricas e independentes, que nascem dentro dos territórios e carregam no olhar e na pauta a urgência de contar histórias que a grande mídia costuma ignorar.
Valorizar quem comunica a partir das bordas da cidade é também lutar por uma comunicação mais justa, democrática e representativa.