Crise climática nas periferias: como informar é também uma forma de mobilizar

Enchentes, secas, aumento no preço dos alimentos, fome, doenças.

A crise climática já faz parte do nosso dia a dia — mas ainda é um assunto que precisa ser melhor compreendido, principalmente por quem mais sente seus efeitos: as populações periféricas, negras, indígenas e pobres.

Apesar das mudanças no planeta serem visíveis e urgentes, o desconhecimento sobre o tema ainda é grande. Muitas vezes, os debates sobre clima são apresentados de forma distante da realidade das periferias, dificultando o entendimento e a mobilização.

Foi pensando nisso que o Território da Notícia, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade, desenvolveu de 2022 a 2024 a campanha Planeta Território.

Durante esse período, veiculamos conteúdos jornalísticos produzidos por mídias periféricas parceiras diretamente nos nossos totens digitais, instalados em comércios das zonas Sul, Norte e Leste de São Paulo.

A ideia foi clara: falar de clima no território, com a linguagem do território.

E os resultados apareceram. Segundo um inquérito feito com o público que circula nos locais onde os totens estão presentes, o conhecimento sobre temas ligados à crise climática aumentou significativamente:

• Racismo ambiental: desconhecimento caiu de 83% para 66%
  
• Transporte público sustentável: de 78% para 64%
  
• Culturas e saberes tradicionais: de 70% para 57%
  
• Educação ambiental: de 71% para 46%
  
• Natureza e saúde: de 57% para 43%
  
• Preservação ou destruição do meio ambiente: de 64% para 43%
  

Esses dados mostram que, quando a informação chega, ela transforma.

No Território da Notícia, seguimos firmes no propósito de traduzir temas urgentes para o cotidiano das quebradas, fortalecendo o direito à informação e promovendo o letramento climático nos territórios.

Porque comunicar é também cuidar do planeta — e das pessoas.